sábado, 25 de abril de 2015

Extra Stuff: encalhados da estante

Livros encalhados na estante são os livros que estão esperando a muito tempo a vez de serem lidos. No lugar de manchas de dedos e dobrinhas nas páginas, possuem marcas de poeira e cocô de muriçoca. Mas a minha lista de livros encalhados está curiosa. São seis livros (sim, apenas seis, sou uma compradora de livros controlada) e só um livro nunca foi lido, a maioria é de leituras abandonadas.

Existem vários motivos para abandonar a leitura de um livro, pra mim o mais comum é por que o livro é ruim. Não tenho desconforto nem remorso de abandonar um livro que eu não gostei. Algumas pessoas acham sacrilégio deixar um livro no meio. Eu não. Não gostei, adeus!

E quando a história é boa? Um autor bom, personagens idem, leitura fluindo e, de repente, sem explicação e antes do fim, o livro volta para a estante e se torna um encalhado. Não sei porque isso acontece. Preguiça? Esquecimento? Falta de tempo? acho que não. Também quero acreditar que não seja desinteresse, pois, como me referi mais cedo, são livros que agradaram. A explicação pode estar no tipo de escrita. Realmente, um dos livros da lista é bastante denso, exige mais energia para ler. Mas não quero jogar a culpa para o autor. Eu estou inclinada a acreditar que o real motivo de ter desprezado esses livros está na minha imaturidade como leitora. Talvez, à época do abandono, meu potencial como leitora estava em um patamar diferente do livro/autor. Essa explicação me satisfaz. Serve também como desafio para no futuro encará-los novamente.

Bom, abaixo estão os coitadinhos enjeitados da minha estante (coitadinhos deles ou coitada de mim que ainda não os li?)

1) Começo pelo mais novinho dessa lista de encalhados. A Criação Imperfeita, de Marcelo Gleiser. Foi comprado em 2013 e li mais da metade do livro. E parei. O livro é excelente e me fazia sentir mais inteligente por conseguir lê-lo, já que fala de cosmologia, física, origem da vida, universo e tudo mais. Tão interessante!

2) Confesso que não me dei muito bem com Umberto Eco. Li dois livros dele muito bons "Seis passeios pelos bosques da ficção" e "Em que crêem os que não crêem", mas quando passei para a ficção, com O pêndulo de Foucault, simplesmente não deu. Não sei se é por que o livro é demais para o meu intelecto ou se eu tenho preguiça de ler livro grosso. Farei nova tentativa em breve.

3) Elogio ao ócio, de Bertrand Russel, já é um clássico pra mim. Já li e reli vários dos capítulos do livro. Mas acontece que nunca li todos e nunca li na ordem. Não sei por que fiz isso com esse livro. Espero consertar esse erro logo. A propósito, genial esse carinha.

4) Sou apaixonada por Irmãos Karamazov, de Dostoiévski. Adoro aquela família, meu favorito é Aliocha (como pode sair uma alma daquela de uma família tão desajustada?). Fiquei tão impressionada com o conto de Ivan para Aliocha que parei a leitura neste ponto e nunca mais voltei. Uma injustiça com esse livro maravilhoso. Engraçado que vez por outra pego esse livro para reler justamente esse trecho brilhante, e depois ele volta para o lado dos encalhados. Quem entende?

5) O Herói de mil faces, de Joseph Campbell, é um livro chatinho. É um livro bom, mas muito trabalhoso de ler. Fala dos mitos e dos heróis na ficção. Um assunto muitíssimo interessante e eu adoro livros sobre livros. Mas acho que me faltou bagagem para continuar a leitura. Vai ficar encalhado por um tempo ainda.

6) E por último, o livro mais velho da minha estante de livros por ler, Pais e filhos, de Turgueniev. A data de compra dele é 2004, ganhei de aniversário do meu pai, e nunca sequer abri para ler a orelha ou algum trecho. 11 anos encalhado é tempo demais. E eu nem sei do que se trata. Vergonha!

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